quarta-feira, 16 de março de 2011

Cametá e Políticas

Caros leitores,
Abaixo, texto sobre problemáticas no Município de Cametá, Nordeste do Estado do Pará. Trata-se de município com mais de 360 anos. Além de problemáticas, sugerimos soluções
.

Cametá e Políticas
Doriedson Rodrigues
Professor da UFPA/Campus Universitário do Tocantins/Cametá. Doutorando em Educação/UFPA

            O município de Cametá, situado no nordeste paraense, possui mais de cem mil habitantes. A cidade data do início do século XVII, ganhando ares de historicidade que ao lado da beleza natural de seus rios, igarapés, peixes, farinha e da gente hospitaleira, dentre outros fatores, lhe têm garantido certo turismo e uma economia que lhe permitem a vida.
            Carece, entretanto, de ações políticas que lhe assegurem essa vida, mas com qualidade que se espera de um mundo em crescente modernização, quer no campo da saúde, do transporte e do lazer, além de outros campos também importantes, como educação e segurança.
            Em termos de saúde, há necessidade de o município descentralizar os tratamentos oferecidos. Todos sabemos que a população cametaense é em sua maioria mais presente na zona rural, onde não raras vezes pode haver um pequeno posto de saúde, levando todo santo dia muitos homens, mulheres e crianças a se deslocarem para a cidade, em barcos ou pelas estradas que se avolumam de dificuldades de trafegabilidade, para buscar solução para seus problemas.
            Parece-nos que a solução estaria na construção de um grande centro médico na outra margem do município, já que a cidade fica na margem esquerda do Rio Tocantins, a fim de se atender moradores das vilas de Carapajó, Curuçambaba, Porto Grande, São Benedito, Vila do Carmo, Bom Jardim e arredores. Isso significaria mais respeito para com os homens e mulheres notáveis desse município. Quem vive na Amazônia sabe como é difícil enfrentar as madrugadas nos rios para bem cedo estar na cidade para enfrentar as filas que existem para se buscar atendimento em campos diversos – que o digam, por exemplo, os ribeirinhos e os munícipes das estradas que se avolumam em noite anterior, sob chuva não raras vezes, em frente à agência da Caixa Econômica em Cametá.
            Em termos de transporte, é inconcebível que até hoje não haja um trapiche público para que turistas e os cametaenses de um modo especial possam acessar a cidade com segurança quando chegam nos barcos que fazem linha na região. Imagine-se a dificuldade que idosos, dentre outros sujeitos, passam para se locomover dos barcos para o cais e vice-versa. Nada menos que certa tortura à dignidade humana de ir e vir com segurança.
            Em termos de lazer, o município precisa de mais praças, áreas de convivência, porque o povo também tem sede de diversão, arte, como já diziam os poetas do rock nacional. O centro da cidade, com seu complexo de praças, é bonito, mesmo face aos bares e lanchonetes que se avolumam. Mas a questão é que a cidade crescera. O município crescera. Nas vilas que também constituem o município ainda temos muitas com necessidade de serem reestruturados ou até estruturados seus espaços de sociabilidade, como Porto Grande, que até hoje não possui o espaço que fica na frente de sua igreja transformado, por exemplo, em uma bela praça, abrilhantando a festa de Santo Tomé.
            Na cidade, faltam praças em bairros como Matinha, Trigueiro, Cidade Nova, dentre outros bairros. Mais praças, mas não só isso, permitiram o desenvolvimento de ações culturais nos bairros, dando ao povo condições para o fortalecimento da cultura local além de possibilitar também a obtenção de outros capitais simbólicos.
Precisamos de espaços culturais atendendo ao povo, servindo para seu crescimento humano. O Centro Cultural que servira a tantos espetáculos teatrais, formando uma geração de cametaenses com sensibilidade para as artes, precisa ser reconstruído, ativado, implementando-se também outros espaços similares no município como um todo.
Cametá, celeiro de homens notáveis, como tão bem destaca o nosso poeta Alberto Mocbel, necessita dessas políticas públicas, dentre outras, mesmo face às dificuldades – e não são poucas, sabemos – que possam existir para desenvolvê-las.





7 comentários:

  1. Parabéns Doriedson pelos textos e pelo blog!!!

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  2. Parabéns Doriedson. Muito feliz seu texto. É só olhar para as férias de julho em nossa cidade. É decadente!!! Não tem um aproveitamento melhor do espaço da Praça da Cultura que não sejam os bares. Não temos um festival, shows naquele espaço, dentre outras coisas. Realmente, cultura e turismo em julho em Cametá, são decadentes.

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  3. Caro Luis,


    Muito grato pelas palavras de incentivo. Creio que podemos utilizar as redes sociais para problematizarmos e propormos também soluções, criando uma rede de discussões sobre problemas que nos afetam enquanto humanos que somos.

    Abs,

    Doriedson Rodrigues

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  4. Caro Mário,

    De fato, precisamos nos articularmos para buscarmos uma melhoria para nosso município, que oportunize aos diferentes sujeitos que habitam a pérola do tocantins condições para o lazer, para a educação, para o transporte com qualidade, dentre outros fatores.

    Já pensou que embora a cidade, por exemplo, tenha crescido, ainda hoje não temos amplas praças nos grandes bairros que se formaram, tudo se centralizando, para ser bem repetitivo, no sempre centro da cidade!

    Nas vilas, então, pouquíssimas melhorias têm acontecido, por exemplo, em termos de lazer. Não raro o espaço livre na frente das igrejas ainda não fora revitalizada, calçada, arborizada, como em Porto Grande, terra dos pais de minha esposa.

    E nas vilas, e não só nelas, ainda temos problemas de água potável. Em Porto Grande, por exemplo, não temos aguá na torneira o dia todo, ou seja, temos somente algumas horas.

    Abs, Mário.

    Doriedson Rodrigues

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  5. Seu texto professor condiz com o que passamos em nossa cidade, uam vez que para consultarmos temos que ir três horas da manhãn para frente de postos e hospitais sendo que isto nem é garandia que consigamos ser adentidos. Se para nós chega a ser dificil para os ribeirinhos quase que imposivel. Em um sociedade como a nossa que vive na era da informção falta politicas públicas eficientes para melhorar nossas vidas.

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  6. PARA COMPROVAR O CAOS DA SAÚDE EM CAMETÁ, É SÓ VER A REPORTAGEM QUE PASSOU ESSA SEMANA NO SBT-BELÉM, SOBRE A SAÚDE EM CAMETÁ, ONDE FALAM DO MUPÍ,E ATÉ O SECRETÁRIO DE SAÚDE É RIDICULARIZADO PELA RESPOSTA QUE DEU EM NOTA Á IMPRENSA, BEM FEITO, POR MOSTRAR INCAPACIDADE DE RESPONDER AOS ANSEIOS DA POPULAÇÃO QUE MAIS PRECISA. FOI NO JORNAL SBT/PARÁ, QUE INICIA AS 13:45 NO CANAL 5, SBT/BELÉM.

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  7. Doriedson, esse perfil Mega, é da banda Mega Fest. Mas, quem postou fui eu, Mário Arnaud

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